O antibiótico corta o efeito do anticoncepcional? Descubra!

A pílula anticoncepcional nasceu no século XX, e foi inicialmente utilizada para tratar complicações e anormalidades do ciclo menstrual, sendo somente a partir da década de 1960 indicada para controle de gravidez indesejada com quase 100% de eficácia.

No Brasil, a pílula chega no mesmo período, apesar de ter enfrentado algumas adversidades até se adequar à rotina das mulheres e dos planos familiares no país.

Porém, segundo relatório oficial da ONU, atualmente o anticoncepcional oral é o método contraceptivo mais empregado pelas brasileiras, e está disponível em grande variedade no mercado nacional através do SUS e laboratórios farmacêuticos privados.

Se você é uma dessas mulheres, já deve ter se preocupado com o nível de eficácia deste remédio em paralelo ao uso de antibióticos.

Essa é uma dúvida muito comum, portanto nesse post vamos abordar a relação entre a eficiência deste método contraceptivo e interações medicamentosas não recomendadas. Afinal, o antibiótico corta ou não o efeito do anticoncepcional?

antibiótico corta o efeito do anticoncepcional
Antibiótico corta o efeito do anticoncepcional

Pílula e antibiótico: onde está o problema?

Pesquisas demonstram que as pílulas anticoncepcionais falham 1% das vezes quando usadas perfeitamente, e 9% das vezes com uso típico. Isso significa que, com o uso normal e recomendado, cerca de 9 em cada 100 mulheres ainda podem engravidar a cada ano usando a pílula.

Ainda assim, essa é uma das maiores taxas de eficácia dentre métodos contraceptivos disponíveis no mercado, mas algumas situações podem interferir nesse número, como por exemplo vômitos, diarreia e interações medicamentosas.

Interação medicamentosa é o termo utilizado para descrever a capacidade de um remédio interferir no efeito de outro, seja diminuindo ou cortando o efeito esperado de um medicamento específico.

Além da interação de fármaco com fármaco, também são classificadas nessa categoria as interações fármaco alimentos e fármaco drogas.

Por isso, muitas vezes tomamos medicamentos que possuem o potencial de inibir os efeitos do outro sem saber, porém essa informação é muito importante e pode ser sempre encontrada na bula, além de ser consultado com o seu médico ou farmacêutico.

Para entender a relação entre os dois, precisamos primeiro compreender suas composições.

O anticoncepcional é formado por dois hormônios femininos: estrogênio e progesterona, de forma a inibir o processo de ovulação no organismo feminino e dificultar a passagem dos espermatozoides para o colo do útero.

Estes hormônios são então absorvidos através do trato gastrointestinal, para serem levados à corrente sanguínea e alcançar o fígado, onde sofrem reações químicas que garantem o efeito contraceptivo no corpo.

Nesse processo, os antibióticos, também chamados de antimicrobianos, liquidam as bactérias intestinais, impossibilitando a reação de ser concluída.

Além disso, a interação entre os medicamentos pode desencadear a aceleração metabólica do anticoncepcional, fazendo com que a concentração hormonal seja expelida do organismo mais rápido do que o necessário para cumprir o seu papel.

pílula anticoncepcional
Pílula e antibiótico: onde está o problema?

Quais antibióticos cortam o efeito do anticoncepcional?

Apesar de sermos bombardeados com essa informação acerca dos antibióticos cortarem os efeitos do anticoncepcional, pesquisadores e especialistas chegaram à conclusão de que apenas uma classe de antibióticos, chamados rifampicinas e seus derivados, comprovadamente alteram a porcentagem de eficácia da pílula anticoncepcional.

Dessa forma, é um mito que todos os antibióticos alteram a porcentagem de eficácia da pílula.

Segundo informações do Canadian Journal of Infectious Diseases e da Universidade da Carolina do Sul, o medicamento utilizado no tratamento da tuberculose tem potencial de diminuir os efeitos da pílula anticoncepcional.

Ainda assim, ele não altera o nível hormonal presente em outras formas de contracepção, como o DIU cobre, DIU hormonal e a injeção.

Além da tuberculose, a rifampicina atua no tratamento de hanseníase ou meningite bacteriana, induzindo enzimas presentes no fígado e aumentando o metabolismo de alguns fármacos, como os hormônios presentes na composição do anticoncepcional.

Ela também pode ser prescrita na forma de rifapentina, rifabutina e rifaximina.

A indicação, no caso de uso paralelo dos dois medicamentos, é sempre conversar com o seu médico para entender as precauções a serem tomadas nesse período.

O mais recomendado é utilizar uma barreira de proteção adicional na hora da relação sexual, como preservativos externos ou internos.

Outras substâncias que podem alterar a eficácia do anticoncepcional

Além do antibiótico, outras substâncias e fármacos podem interagir com o anticoncepcional de forma indesejada.

Caso você precise iniciar um tratamento com outro fármaco, lembre-se sempre de avisar o seu médico sobre o uso controlado do anticoncepcional, para que você tenha certeza de que seus níveis hormonais não serão afetados.

1. Anticonvulsivantes

Esse grupo de fármacos são utilizados no tratamento e prevenção de crises epiléticas e convulsões. Mulheres que utilizam barbitúricos, difenil-hidantoína, primidona e carbamazepina podem ter os efeitos contraceptivos diminuídos.

No entanto, alguns medicamentos dessa classe, como levetiracetam, gabapentina, zonisamida e valproato, não alteram o nível hormonal do anticoncepcional e podem ser utilizados de forma segura nesses casos.

2. Antifúngicos

Estes medicamentos são utilizados no tratamento de micoses, dermatofitoses, candidíase, infecções sistêmicas como meningite por Cryptococcus spp, entre outros.

Apenas um fármaco deste grupo está associado à diminuição da eficácia dos anticoncepcionais, a griseofulvina.

Apesar de os dados serem parciais e limitados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu dados esclarecendo que a contracepção hormonal é razoável em mulheres usuárias deste medicamento.

3. Antirretrovirais

Disponíveis para o controle de infecção por HIV, os antirretrovirais Efavirenz e Nevirapina (não nucleotídeos) e os Nelfinavir e Ritonavir (inibidores da protease), interagem com o anticoncepcional diminuindo os níveis dos hormônios estrogênicos, e dessa maneira inibindo seu potencial contraceptivo.

4. Fitoterápicos

Os remédios naturais, conhecidos também como fitoterápicos, podem ser utilizados no tratamento de diversas condições clínicas.

A hypericum perforatum, popularmente conhecida como erva-de-São-João, é indicada em casos leves de ansiedade e depressão, e em uso concomitante com anticoncepcionais orais pode reduzir a capacidade contraceptiva e causar sangramentos intermenstruais.

A liberação de uma enzima produzida por este medicamento metaboliza componentes importantes para a garantia de sua eficácia.

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Outras substâncias que podem alterar a eficácia do anticoncepcional

É importante ressaltar que substâncias como álcool, anti-inflamatórios, analgésicos e antigripais, não possuem interações medicamentosas com métodos de contracepção, não interferindo na eficácia do medicamento.

Ainda assim, a automedicação não é recomendada e deve ser sempre realizada com acompanhamento médico.

Por que contraceptivos hormonais falham?

Quando tomada corretamente, e seguindo todas as suas recomendações de uso, a pílula anticoncepcional possui eficácia contraceptiva acima de 99%, uma das maiores e mais confiáveis do mercado farmacêutico.

Nesse mesmo grupo estão o anel vaginal, o adesivo transdérmico e a injeção, métodos alternativos para evitar a gravidez indesejada ou regular o ciclo menstrual.

Ainda assim, é comum ouvirmos histórias de mulheres que, mesmo utilizando um método contraceptivo, engravidaram. Como isso é possível?

Além de interações medicamentosas, falhas humanas e hábitos alimentares também podem interferir em suas taxas de sucesso. Para entender porque um método como esse falha, é preciso analisar seu uso em duas situações: a típica e a perfeita.

O uso típico é aquele que as pessoas geralmente seguem, mesmo que incorreto e inconsistente.

Enquanto isso, o uso perfeito reflete a eficácia real se utilizada exatamente como prescrita, sem erros ou interferências de qualquer natureza.

Por isso, quando falamos em falhas de métodos contraceptivos, estamos falando em dois números e estatísticas, que envolvem a relação entre diferentes tipos de uso.

Na maior parte das vezes, os anticoncepcionais não falham, mas é preciso estar atento à consistência em seu uso e administração.

Como garantir a eficácia completa do anticoncepcional?

A pílula anticoncepcional está presente em forma de cartelas em farmácias, clínicas médicas e unidades de saúde básica pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Além da cartela tradicional, que contém 21 comprimidos, existem também as cartelas de 24 e 28 comprimidos, na maior parte das vezes com diferenças relacionadas à dosagem de hormônios presente em cada pílula, a pausa entre uma cartela e outra e a ausência ou não da menstruação.

Para garantir seu efeito contraceptivo no organismo, deve-se tomar uma pílula por dia, no mesmo horário, pela duração do ciclo escolhido, fazendo pausas se necessário de acordo com a bula e recomendação médica.

Como garantir a eficácia
Como garantir a eficácia completa do anticoncepcional?

Pílula de 21 dias

O medicamento com 21 pílulas deve ser tomado uma vez ao dia até o final da cartela, e conter uma pausa de 7 dias, retomando o uso do comprimido no 8º dia, quando normalmente desce a menstruação.

Pílula de 24 dias

O medicamento com 24 pílulas deve ser tomado uma vez ao dia até o final da cartela, e conter uma pausa de 4 dias, retomando o uso do comprimido no 5º dia, quando normalmente desce a menstruação.

Pílula de 28 dias

O medicamento com 28 pílulas deve ser tomado uma vez ao dia até o final da cartela, sem pausas entre um ciclo e outro. Portanto, ao finalizar uma cartela, deve-se imediatamente iniciar o uso de outra em seguida.

Outro ponto importante é a consistência no uso do medicamento, evitando principalmente esquecimentos. Ainda que o esquecimento ocorra, você pode ingerir o anticoncepcional até 12h desde a hora correta de tomar a pílula.

Se esse período for ultrapassado, você deve tomar a próxima apenas no dia seguinte. Regularizar esse procedimento é essencial para que o efeito contraceptivo da pílula anticoncepcional seja alcançado.

Caso você esqueça de tomar 2 ou mais pílulas seguidas, totalizando 48h de esquecimento, a chance do mecanismo de contracepção falhar é alto, portanto converse com um médico ou farmacêutico para entender o que fazer nesses casos.

Caso tenha tido relações sexuais sem proteção nesse período, considere o uso de uma contracepção de emergência (pílula do dia seguinte), além de verificar se não existe a possibilidade de gravidez antes de iniciar uma nova cartela de anticoncepcional.

Para seguir à risca as recomendações do medicamento, deixamos abaixo algumas dicas de como monitorar o uso do anticoncepcional oral para ter certeza de que está protegida:

  • Coloque um lembrete no seu celular ou qualquer outro dispositivo móvel no horário exato em que você deve tomar a pílula. Faça intervalos de 5 a 15 minutos no alarme para evitar que você perca alguma notificação, e não esqueça de deixar o telefone fora do modo silencioso. O lembrete também pode vir da família ou do companheiro, por isso sempre os deixe a par de sua rotina com o medicamento;
  • Sempre tenha na bolsa uma cartela ou sua caixinha de medicamentos com as pílulas para que, caso ocorra esquecimento, você possa ingeri-las em qualquer lugar que estiver, respeitando as 12h máximas a partir do horário correto;
  • Utilize dois métodos contraceptivos ao mesmo tempo. Caso você tenha iniciado o uso de um contraceptivo hormonal, utilize também uma barreira adicional de proteção, como os preservativos masculinos ou femininos. Além de prevenir a gravidez não programada, você também estará protegida de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), das quais a pílula anticoncepcional não protege;
  • Defina um horário que se adeque à sua rotina matinal ou noturna. Se você sempre acorda cedo, mantenha o horário do seu despertar como o ideal para consumir a pílula. Dependendo da sua rotina, também pode fixar o horário na parte da noite, quando chega em casa do trabalho ou da faculdade.

Lembrando que para iniciar o uso da pílula anticoncepcional, você deve primeiro conversar com o seu ginecologista ou assistente de saúde básica, de forma a coletar todas as informações necessárias sobre a manutenção do ciclo, possíveis efeitos colaterais e o tipo mais adequado para o seu organismo, baseado no seu estilo de vida e objetivos a curto e longo prazo.

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